sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Fígado, ossos e rins em perigo?!

Não sou nutricionista, nem médico nutrólogo, nem nada relacionado à saúde.

Sou um ex-obeso, que não recuperou, nem recuperaria, sua saúde seguindo as orientações retrógradas e equivocadas da grande maioria dos profissionais de saúde, que teimam em reafirmar mitos e crendices do mundo da nutrição, sem o menor embasamento científico.

Quer um exemplo?

Dietas baixas em carboidratos prejudicam o funcionamento do fígado. Não precisa estudar muito para saber que o acúmulo de gordura no fígado, muito comum em portadores de diabetes tipo 2 e em quem desenvolve síndrome metabólica, é causado pelo excesso de glicose e frutose, que se convertem em triglicerídeos e se depositam nas células daquele órgão.

Agora me diga, como uma dieta pobre em carboidratos, que se tornarão açúcares simples, pode fomentar o acúmulo de gordura no fígado?!

Se a resposta for o "excesso" de proteína da dieta, fica mais fácil ainda rebater. Primeiro, poque uma dieta lowcarb NÃO é necessariamente hiperproteica (como já demonstrei aqui). Segundo, mesmo se for rica em proteína, estudos como esse aqui, mostram exatamente o contrário: dietas hiperproteicas combatem a esteatose hepática, nome chique para gordura no fígado.

Quer outro equívoco: Dietas lowcarb prejudicam os rins, justamente por serem mais ricas em proteínas. Essa é ainda mais fácil de derrubar: rins doentes tem dificuldade de excretar substâncias oriundas do metabolismo das proteínas. Ou seja, se você é portador de insuficiência renal, uma dieta com mais proteínas é prejudicial para você.

E se você for um sujeito de rins saudáveis?! Essa dieta "absurda", em que se consome, em média, "incríveis" 20% a mais de proteína que numa dieta tradicional, pode acabar com seus rins?!

Pensar assim, é jogar o indivíduo num silogismo barato: rins doentes não se dão bem com proteína, logo proteínas são prejudiciais aos rins. Se fosse assim, seguindo o mesmo raciocínio, exercícios físicos intensos não fazem bem a um coração doente, logo exercícios físicos adoecem seu coração. Contem outra, preguiçosos!

Mais equívocos? Dietas lowcarb causam perda óssea! (Mais uma vez, confunde-se redução drástica do consumo de carboidratos, em especial dos oriundos de farinha e açúcar refinados, com um aumento descomunal do consumo de alimentos ricos em proteínas). Essa crença vem do aumento da excreção de cálcio pela urina, quando se faz dieta mais rica em proteína. O que os críticos parecem não querer saber é que esse aumento de cálcio urinário não vem da massa óssea, mas do aumento da absorção desse mineral pelo intestino nesse tipo de dieta (quer ler o estudo que diz isso? clique aqui).

Em resumo, algum de vocês me explica como que a retirada de pão, macarrão, massa de pizza, marta-rocha, churros, balas, pirulitos, canudinhos de doce de leite, paletas mexicanas, etc., substituídos por ovos caipiras, carne "verde" (gado que pasta, em vez de viver confinado), toda uma infinidade de folhas e vegetais, pode ter efeito deletério?!

Vocês deviam era pensar fora da caixa!








quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Leite de castanhas, Leite de coco e Farofa lowcarb

Já sabemos que o leite de vaca não é a melhor escolha que podemos fazer em nossa alimentação diária, já que não somos um bezerro. O leite estimula fortemente o crescimento dos bebês mamíferos, promovendo para isso a produção de insulina, um hormônio anabolizante, e do IGF-1, hormônio do crescimento. Assim que o filhote já consegue se alimentar de comidas mais densamente nutritivas (cresceu dentes, amadureceu o sistema digestivo e fortaleceu seu sistema imunológico), o aleitamento se torna inútil para os mamíferos. Exceto humanos, que continuam "mamando" leite de vaca por toda a vida, para obter cálcio para os ossos (suspiros lamentosos...)

Nada melhor que o leite materno! Principalmente para filhotes da sua espécie!


Agora, se você já eliminou o leite e seus derivados, obteve bons resultados, mas sente falta de uma misturinha no café ou de uma vitamina de abacate ou mesmo de algo para melhorar a textura de um molho, a solução é o leite de castanhas ou de coco.

Livres de proteínas pouco amistosas, livre de lactose (açúcar do leite, mal tolerado por boa parte da população), livres do efeito insulinogênico do leite de , os leites vegetais (soja não, pelamordedeus! Soja é grão! Elimine os grãos da sua vida já!) te garantem bons nutrientes, equilíbrio metabólico e sabor!

Leite de amêndoas

O preparo é bem simples: para fazer 1 litro, deixe de molho 1 xícara da castanha crua de sua preferência (amêndoas, castanha do pará, de caju, etc.) por umas 4 horas ou mais. Descarte a água em que ficaram de molho, bata-as no liquidificador com 3 xícaras de água e coe em um pano limpo (eu uso uma fralda de pano). Com o coco, proceda da mesma forma, sem a necessidade de se deixar de molho antes.

As fibras que sobrarem da coagem também podem ser bem aproveitadas. Servem de substitutas da farinha em receitas de bolos, cookies e panquecas lowcarb.

Ou em uma rica farofa!! Foi o que almocei hoje! Uma farofa de bacon, ovos, linguiça e cebola, feita das sobra de amêndoa e coco! Saborosíssima e muito nutritiva!

Farofa lowcarb, espinafre e vagem!
Bom apetite!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Quem tem medo de se promover saúde?

A dieta paleo, ou paleolitica, foi idealizada pelo Dr. Loren Cordain, professor da Universidade do Colorado, baseando-se em um paradigma da evolução da espécie humana. Segundo Cordain, a dieta que trouxe o homem até os dias de hoje se baseia no período paleolítico, quando apenas caçávamos e colhíamos nosso alimento, portanto num período anterior ao advento da agricultura.

Assim, segundo o cientista, nossos genes "vencedores", que sobreviveram à seleção natural das espécies, não foram programados para consumir grãos, por exemplo. Estaríamos mais adaptados a digerir alimentos de origem animal (carnes e gordura) e vegetais (folhas, frutos e algumas raízes). 

Seu livro, The Paleo Diet, acabou se tornando um best-seller e hoje a Dieta Paleo é tratada por muitos meios de comunicação como a "a dieta do homem das cavernas" ou com mais uma "dieta da moda".

Recentemente, o programa Bem Estar da TV Globo caiu nessa esparrela. Cometendo vários erros conceiturais e induzindo a audiência ao engano, montou um cenário cheio de pedras lascadas, chifres e dentes, rodeando pedaços de carnes variadas para ilustrar a Dieta Paleo. Chegaram a dizer que alguns praticantes consomem carne crua. Mas isso é só a parte, diríamos, folclórica. O pior ainda estava por vir.

Um senhor de jaleco branco (segundo os créditos, um médico endocrinologista), auxiliado por uma animação computadorizada mostrava o "mecanismo" pelo qual a dieta paleo levava à perda de peso. Explicou rasamente a redução do consumo de carboidratos, o impacto disso no papel da insulina, no uso das gorduras como fonte de energia, mas afirmou categoricamente que a dieta levaria à perda de massa muscular. E que, por isso, não a recomendaria como opção saudável.

Notoriamente, o homem de jaleco (nem os produtores do programa) não leu o Dr. Cordain. Em suas obras, o pai da dieta paleo desencoraja o consumo de grãos e seus derivados (leia-se farinhas) e de açúcar adicionado aos alimentos, ao passo que estimula o consumo de produtos de origem animal (com exceção do leite) e de vegetais, com exceção de algumas raízes. Isso, automaticamente, reduz o consumo de carboidratos da dieta, principalmente se comparado à dieta ocidental padrão (consumo médio de 300 a 400g diários de carboidratos). Entretanto, em nenhum dos livros ele sugere que não se consuma carboidratos, ou que se consuma apenas proteínas e gorduras.

Ao virar a plaquinha que dizia "Perda de massa magra" para rechaçar a dieta paleo como opção saudável, o senhor do jaleco branco comete outro erro: qualquer dieta que não seja acompanhada de exercícios físicos leva à perda de massa muscular, mas estudos sérios mostram que essa perda é menor em dietas baixas em carboidratos do que em dietas baixas em gorduras. Não é opinião, é fato científico.

Mas o que leva um médico a afirmar, num programa de televisão na maior rede de comunicação do país, tantos erros? Falta de conhecimento, displicência, negligência, interesses comerciais? Por que se sujeita a desinformar sua audiência com tanta desonestidade intelectual?

Quem tem medo da dieta paleo?!

A quem interessa manter hábitos nocivos à população, vendendo-os como saudáveis?

A quem interessa a epidemia de obesidade e de tantas outras doenças crônicas do nosso tempo?

Quando o programa se intitula  Bem Estar e recomenda, por exemplo, a substituição de refeições por shakes, ou induz sua audiência a erros grotescos, não sei se espontâneos ou mal intencionados, eles se referem ao bem estar de quem?

Como diria aquele macaco, da mesma emissora, há muitos anos: não precisa explicar, eu só queria entender.



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Perda de Peso X Emagrecimento

O que quer alguém que está acima do peso, com a circunferência abdominal maior que a dos quadris, com aquela dobrinha nas costas, bem embaixo das escápulas? Quer emagrecer ou perder peso? 

Mas não é a mesma coisa?!

Obviamente, não. Quando subimos na balança, os ponteiros ou os dígitos te mostram um número absoluto. Seus ossos, seus músculos, sua gordura localizada, suas fezes, seus fluídos, sua roupa, tudo é pesado no mesmo pacote. É só fazer um teste com sua balança de banheiro: pese-se assim que se levantar, antes daquele xixizão matinal. Agora, descarregue-se na privada e volte a balança. Comigo, a diferença chega a quase um quilo! Outro teste é se pesar pela manhã e pela noite, há um diferença enorme.

Quem está na luta contra o peso, chega ao disparate de ficar feliz ao contrair um rotavírus. Sobe na balança e vê que perdeu três, quatro quilos por conta da diarreia. Logicamente, que recupera esse peso assim que combate a doença. 

É claro que todos queremos emagrecer, ou seja, ficar magro, o contrário de gordo, enfim: perder GORDURA! E qual o melhor mecanismo para isso?! Passar fome ou se alimentar dos alimentos corretos?!

Vamos pensar na dieta que nos enfiaram goela abaixo em 10 de cada 10 consultórios que procuramos na luta pelo emagrecimento: uma dieta hipocalórica, cheia de produtos light, desnatados, mas ricos em cereais, farinhas (integrais ou não) e adoçantes. Não custa relembrar o que acontece: altos pico de glicemia e insulina circulando a toda. Só que agora, com a restrição calórica por comer menos, o corpo vai clamar por mais energia, sabe como? Com o recurso que a natureza te deu para isso: fome!

Mas você não quer ser taxado de gordo safado. Você tem foco, força e fé! Você come de três em três hora, ora essa! Você nega que está passando fome! Você se sente a própria Scarlett Ohara! Mas não adianta, o estômago ronca e não há quem sobreviva muito tempo assim. Mas o pior nem é isso: com a insulina circulando a toda para controlar sua glicemia, seu organismo não consegue acessar seus estoque de gordura como fonte de energia, mas ele PRECISA de energia. Aí que ele apela para o plano B: seus músculos. 

Então seu peso diminui, você fica feliz porque a balança está te dando retorno! Ledo engano, amiguinho! Você não está emagrecendo! Você está DEFINHANDO!

Agora, vamos a uma abordagem com base evolutiva. Você cortou os carboidratos refinados, cortou os grãos, todo o açúcar (tudo que terminar com "ose": sacarose, lactose, glucose de milho, frutos, maltose, etc.), restringiu suas fontes de carboidratos aos vegetais, nesse primeiro momento deu um tempo nas frutas e nas raízes; está comendo alimentos ricos em proteínas e gorduras. Sua insulina está constantemente baixa porque não há picos de glicemia e seus depósitos de gordura estão acessíveis como fontes de energia. 

Então seu peso diminui, você fica feliz porque não apenas a balança está te dando retorno, mas também a fita métrica! Agora sim, você está emagrecendo! Não há porque seu organismo apelar para seus músculos e há vários motivos para isso: em geral, você não sente fome (essa é uma das maiores, senão, a maior vantagem de uma dieta paleo/lchf/primal) e mesmo se sentir, você estará ingerindo proteínas, matéria prima de seus músculos; seus estoques de gordura estão metabolicamente acessíveis como fonte alternativa de energia, pois seus hormônios estão finalmente regulados, graças a suas boas escolhas alimentares!

Assim, voltamos à pergunta inicial: o que você quer? Perder peso ou emagrecer?!


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Quem tem medo do colesterol?

Durante anos, fomos aterrorizados sobre níveis de colesterol! O colesterol mais cedo ou mais tarde iria nos matar! Que precisávamos comer Becel para controlar o colesterol; ovo, só uma vez por semana! 

O colesterol é uma substância indispensável para nosso organismo, está presente em cada célula do nosso corpo, que o produz incessantemente, e cumpre funções caríssimas em nosso organismo. Por exemplo, sínteses de hormônios, produção de bílis, construção e manutenção das membranas celulares. 

Aí, eu te pergunto: por que essa obsessão de se manter níveis baixos de colesterol no sangue?!

Vamos resumir a história: as placas que causam obstruções das artérias (os ateromas) são feitas, principalmente de gordura. Então, o raciocínio era óbvio: quanto mais gordura no sangue, maior o risco de se desenvolver um ateroma, certo?! Então, vamos baixar os níveis de colesterol e diminuímos o risco de entupimento dos vasos sanguíneos! EUREKA!
 
Só que a coisa não é tão simples assim. Os depósitos de gordura estão ali tentando conter uma lesão originada por processos de inflamações sistêmicas. Quanto maior o nível de inflamação, mais o colesterol vai se depositar ali pra conter a lesão. Fazendo uma comparação simples, seria como se culpassem os bombeiros pelos incêndios, ao se verificar que onde havia algo pegando fogo, lá estavam os bombeiros também! Malditos bombeiros incendiários!

Assim, o que se precisa combater é o processo inflamatório e não os níveis de colesterol, que se regularão automaticamente com o mesmo mecanismo que se regula a inflamação sistêmica do nosso corpo. E já sabemos que mecanismo é esse: comida!

Alimentos ultraprocessados, ricos em farinha e açúcar refinados, em aditivos, corantes, conservantes, acidulantes, aromatizantes, etc., são responsáveis por toda uma sorte de desequilíbrios metabólicos, que levam a inúmeras reações indesejáveis: alergias, intolerâncias alimentares e, sim, as mais diversas inflamações em nosso organismo. 

Quando se orientou a população a fazer uma dieta pobre em gordura saturada por medo do colesterol, para se conseguir a mesma textura, consistência e sabor dos alimentos, acrescentou-se gorduras insaturadas hidrogenadas (gordura trans) e amido; hoje, sabe-se do potencial inflamatório desse tipo de gordura. Já o amido, vira açúcar simples, e o excesso de açúcar simples vira gordura!

Trocaram-se os ovos pelo sucrilhos! O bacon pelo leite desnatado! A manteiga pela margarina! E o que aconteceu: uma população cada vez mais doente. E os ataques cardíacos, diminuíram?! Busquem as estatísticas. Nesse artigo da Universidade da California, demonstra-se que 75% dos pacientes hospitalizados por ataque cardíaco tinham níveis de colesterol dentro dos limites recomendados! 

Ou seja, escolheram o inimigo errado e todos nós perdemos a guerra.

E você ainda se pergunta por que é que a sua bisavó, que só comia banha de porco, viveu mais de 100 anos e morreu de velha... A resposta é tão óbvia: porque comia comida de verdade!